Educação Integral - Solange Galeano
Para explicar e expurgar os fantasmas do desinteresse, da indisciplina e da falta de relações mais harmoniosas entre aprendentes e ensinantes é comum procurar culpados que, quase sempre, são encontrados no corpo docente. Acusado de dar uma aula desinteressante ou não produzir momentos lúdicos capazes de emprestarem às aulas o prazer inesquecível da aprendizagem, os professores encerram-se em cursos e mais cursos à procura da receita pronta de como planejar e colocar em prática aulas brilhantes. Também tornou-se comum, em época de crise, a busca por novas epistemologias educacionais que objetivem uma visão mais ampla do homem e do mundo.
É fato que a educação deva ser considerada um aspecto essencial no desenvolvimento do ser humano e da sociedade. Nessa perspectiva, qualquer epistemologia para renovação do sistema educacional deve privilegiar a formação integral do homem (integrando o cognitivo, o emocional, o sensorial e o intuitivo) e pleitear a aprendizagem significativa.
O professor não pode mais receber a culpa pelo universo decadente do sistema educacional vigente, até porque o profissional da educação acaba por intensificar a fragmentação existente no ensino quando se sente desmotivado pela cobrança da instituição, decepcionado com os seus alunos e com o próprio sistema educacional, evidenciando uma insatisfação profissional que, não raras vezes, compromete-lhe o bem estar físico e emocional.
Isso posto, resta enfatisar a urgência nas transformações a serem empregadas no contexto escolar para que a escola seja geradora de mudanças, passando a ser um contributo para a valorização da vida humana de forma plena e saudável.