Inteligências Múltiplas e Visão Espírita - Rita Foelker
Inteligências Múltiplas se constituem em ótimo instrumento para entender o ser humano e ajudá-lo
a aprender e, por isso mesmo, é um dos estudos que costumo realizar com os educadores
espíritas.
Durante muito tempo, as pessoas consideradas inteligentes eram as que entendiam de matemática
ou que tinham boa expressão verbal. Graças a Howard Gardner e a uma equipe da Universidade
de Harvard, a partir dos anos 80, isto começou a mudar.
Ao acompanhar o desempenho profissional de pessoas que tinham sido maus alunos, Gardner
surpreendeu-se com o sucesso de várias delas. O que ele concluiu, então, é que havia outras
capacidades importantes na vida, além das competências matemática e lingüística, que eram
aquelas que a escola tradicionalmente mais valorizava.
Gardner, na ocasião, identificou sete tipos de inteligência, deixando claro, porém, que este número
não era definitivo: lógico-matemática (inteligência do raciocínio e das ciências exatas), lingüística-
verbal (inteligência das palavras, da expressão verbal criativa, clara e objetiva), musical
(inteligência dos sons e ritmos), interpessoal (inteligência do relacionamento com o outro),
intrapessoal (inteligência do relacionamento consigo mesmo e da auto-aceitação), espacial
(inteligência do desenho, da imaginação e da localização espacial) e cinético-corporal (inteligência
do movimento).
Todos temos todas
Algo muito bonito sobre as Inteligências Múltiplas é que elas estão de acordo com a concepção de
um Deus justo.
Antigamente, quando só a inteligência lógico-matemática e a lingüística-verbal eram consideradas
como "inteligências", algumas habilidades eram desprezadas e algumas eram interpretadas como
"dons" ou "graça divina" (facilidade para a música ou o desenho eram para seres "agraciados";
habilidade no relacionamento interpessoal era "carisma"). Ou nascíamos com elas, ou jamais as
conquistaríamos.
Porém, segundo Gardner, todos temos todas as inteligências. Todos nós somos dotados das
mesmas capacidades, podemos ser desenhistas, bailarinos, líderes ou escritores. O que nos
diferencia é o nível de desenvolvimento de cada capacidade. Então, aquelas atividades para as
quais nos sentimos muito aptos, revelam nossas inteligências mais desenvolvidas. As áreas em
que temos mais dificuldades são aquelas em que ainda vamos progredir muito.
Dentro de uma compreensão do Ser como Espírito encarnado para aprender com suas
experiências, é possível identificar o desenvolvimento das inteligências com o próprio processo
evolutivo. Nosso objetivo na vida é aumentar nossa capacidade de realizar coisas, as mais
diversas, e de lidar conosco mesmos e com os outros eticamente.
mais recentes de uma psicóloga americana, Danah Zohar, propõem mais uma inteligência: a
inteligência espiritual. As características desta inteligência coincidem com o que consideramos
próprio de um ser espiritualmente evoluído: flexibilidade, grau elevado de autoconhecimento,
capacidade de enfrentar a dor e de aprender com o sofrimento, capacidade de se inspirar em
idéias e valores, entre outras.
PARA REFLETIR:
1. Ao estudar as Inteligências Múltiplas, verificamos o quanto cada um de nós ainda pode estar
limitado à concepção de inteligência como matemática e lingüística. Quanto ainda valorizamos o
saber lógico-matemático, verbal e escrito, em detrimento dos outros?
2. Quanto ainda consideramos como inteligentes as crianças que têm estas capacidades mais
desenvolvidas?
3. Você consegue perceber em si mesmos quais são suas inteligências mais desenvolvidas e as
menos desenvolvidas?
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ou
Dificuldades de Escolares - 1
A atribuição multifatorial para as causas dos problemas psiquiátricos, chamado de aspecto bio-
psico-social, é bastante ilustrado na questão da criança que começa na escola. Ela traz consigo,
invariavelmente, as características de seu aspecto biológico, psicológico e social. Sob esses
aspectos estudaremos as Dificuldades Escolares, considerando as alterações e os distúrbios em
qualquer um destes aspectos.
Embora hajam boas tentativas de definir e especificar o que, de fato, seria uma Dificuldade de
Aprendizagem ou Escolar, não existe ainda uma definição consensual acerca dos critérios e nem
mesmo do termo. De modo acadêmico, vamos chamar esse quadro de Dificuldades da
Aprendizagem (DA), preferível à Dificuldades Escolares, menos específico e não restrito,
obrigatoriamente, ao aprendizado.
Parece ser parcialmente sensata a definição da Lei Pública Americana, P.L. 94 -142, que diz:
"Dificuldade de aprendizagem específica significa uma perturbação em um ou mais processos
psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização da linguagem falada ou escrita, que
pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar ou fazer
cálculos matemáticos. O termo inclui condições como deficiências perceptivas, lesão cerebral,
disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O termo não engloba as crianças
que têm problemas de aprendizagem resultantes principalmente de deficiência visual, auditiva ou
motora, de deficiência mental, de perturbação emocional ou de desvantagens ambientais, culturais
ou econômicas" (Federal Register, 1977).
Evidentemente não podemos concordar com a segunda parte da definição americana, excluindo
situações clínicas atreladas à DA. Não se vê justificativa plausível para essa exclusão das causas
da DA.
O DSM.IV, por sua vez, define muito mal a situação de DA. Segundo essa classificação, "os
transtornos da aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes
padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão
substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização e nível de inteligência".
A CID.10 denomina essa situação, predominantemente no capítulo intitulado Transtorno do
Desenvolvimento das Habilidades Escolares, descrevendo-os como "transtornos nos quais as
modalidades habituais de aprendizado estão alteradas desde as primeiras etapas do
desenvolvimento. O comprometimento não é somente a conseqüência da falta de oportunidade de
aprendizagem ou de um retardo mental, e ele não é devido a um traumatismo ou doença
cerebrais".
Enfim, não devemos tratar as DA como se fossem problemas insolúveis mas, antes disso, como
desafios que fazem parte do próprio processo da Aprendizagem, a qual pode ser normal ou não-
normal. Também parece ser consensual a necessidade imperiosa de se identificar e prevenir o
mais precocemente possível as DA, de preferência ainda na pré-escola.
É muito importante a avaliação global da criança ou adolescente, considerando as diversas
possibilidades de alterações que resultam nas DA, para que o tratamento seja o mais específico e
objetivo possível.
Para facilitar (?) existem outras classificações quanto a origem das DA. Alguns autores dividem as
DA em Primárias e Secundárias, de acordo com sua origem. As DA consideradas Primárias,
seriam aquelas cuja causa não pode ainda ser atribuída à elementos psico-neurológicos bem
estabelecidos ou esclarecidos.
Esses casos englobam, principalmente, as chamadas disfunções cerebrais e, dentro das dessas
disfunções, teríamos os Transtorno da Leitura, Transtorno da Matemática e Transtorno da
Expressão Escrita, bem como os transtornos da linguagem falada, os quais englobam o Transtorno
da Linguagem Expressiva e o Transtorno Misto da Linguagem Receptivo-Expressiva.
As DA consideradas Secundárias seriam aquelas conseqüentes à alterações biológicas
específicas e bem estabelecidas e alterações comportamentais e emocionais bem esclarecidas.
Em relação às alterações biológicas (neurológicas) teríamos as lesões cerebrais, Paralisia
Cerebral, Epilepsia e Deficiência Mental. Envolvem também os sistemas sensoriais, através da
Deficiência Auditiva, hipoacusia, deficiência visual e ambliopia. Teríamos ainda, dentro das causas
biológicas, as situações de DA conseqüentes a outros problemas perceptivos que afetam a
discriminação, síntese, memória e relação espacial e visualização.
Em relação aos problemas de comportamento, um dos fatores mais marcantes para
desenvolvimento de DA são os quadros classificados como Comportamento Disruptivo e, dentro
deles, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e o Transtorno Desafiador e Opositivo.
Quanto ao problemas emocionais que favorecem as DA, principal item abordado por nós, temos
a Depressão Infantil e a Ansiedade (de Separação) na Infância. A importância do diagnóstico dos
problemas emocionais que levam a criança a apresentar um baixo rendimento escolar se justifica
por:
1. - Dentre as principais razões para as DA, as emocionais são,
atualmente, uma daquelas com melhor possibilidades de
tratamento;
2. - Importantíssimo para fazer diagnóstico diferencial com a
Deficiência Mental, quadro muito traumático para familiares e
com mau prognóstico;
3. - Proporcionar um desenvolvimento satisfatório o mais
rapidamente possível.
Muito embora as crianças estejam sujeitas à maioria dos transtornos emocionais encontrados nos
adultos, na maioria das vezes seu diagnóstico é pobremente realizado, e isto, quando realizado. A
maioria das pessoas ainda acredita que criança não fica "nervosa", porque criança não tem
problemas, ou coisas assim. Outros, infelizmente mais ignorantes ainda, acham que "criança
nervosa" é falta de correção enérgica, porque quando eram crianças apanhavam se não se
comportassem adequadamente. Enfim, a falta de informação sobre psiquiatria infantil é a
responsável pela maioria das dificuldades de relacionamento, escolares e sociais das crianças,
bem como, responsável por inúmeras seqüelas emocionais no futuro.
Dislexia, dificuldade na aprendizagem ou dificuldade de aprendizagem?
Um artigo de Clélia Argolo Estill - fonoaudióloga, explica essa questão relacionada à Dificuldade de
Aprendizagem. Veja um trecho:
"Nem uma nem outra. É mais fácil conceituá-la através do que não é do que a definir pelo que é.
Com toda a certeza não é um problema de inteligência, tão pouco uma deficiência visual ou
auditiva, muito menos um problema afetivo-emocional. Então o que é?
Dislexia é uma dificuldade específica de linguagem, que se apresenta na língua escrita. A dislexia
vai emergir nos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita, mas já se encontrava
subjacente a este processo. É uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem, para
reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, organizando-
os corretamente, sendo proveniente das funções corticais superiores......
O importante é aceitar-se a dislexia como uma dificuldade de linguagem que deve ser tratada por
profissionais especializados. As escolas podem acolher os alunos com dislexia, sem modificar os
seus projetos pedagógicos curriculares. Procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno
vir a desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas. Vale relembrar que os disléxicos estão
em boa companhia, junto a Einstein, Agatha Christie, Hans Christian Andersen, Nelson Rockefeller
e Tom Cruise, entre muitos.
A boa compreensão da leitura provém do equilíbrio entre o desenvolvimento das operações da
leitura, decodificação e compreensão, interagindo com os estágios de desenvolvimento do
pensamento e dos processamentos lingüísticos. Não é necessário destacar, é claro, a importância
dos vínculos afetivos estabelecidos com a aprendizagem."
Veja um trecho do artigo da psicóloga Renata da Rocha Mazarakis sobre Dificuldades de
Aprendizagem:
"Para reconhecer em uma criança a dificuldade de aprendizagem, se faz necessário primeiramente
entender o que é aprendizagem e quais os fatores que nela interferem.
Pode-se dizer que a aprendizagem é um processo complexo que se realiza no interior do indivíduo
e se manifesta em uma mudança de comportamento.
Para se estabelecer se houve ou não aprendizagem é preciso que as mudanças ocorridas sejam
relativamente permanentes. Existem pelo menos sete fatores fundamentais para que tal
aprendizagem se efetive, são eles: saúde física e mental, motivação, prévio domínio, maturação,
inteligência, concentração ou atenção e memória. A falta de um desses fatores pode ser a causa
de insucessos e das dificuldades de aprendizagem que irão surgindo.
A partir disso pode-se entender que uma criança é dita com dificuldades de aprendizagem, quando
apresenta desvios da expectativa de comportamento do grupo etário a que pertence, ou seja,
quando ela não está ajustada aos padrões da maioria desse grupo, e portanto seu comportamento
é perturbado, diferente dos demais.
Pode-se destacar algumas das principais causas das dificuldades de aprendizagem, como: causas
físicas, sensoriais, neurológicas, intelectuais ou cognitivas, sócio econômicas e emocionais, sendo
esta última uma das principais causas que podem dificultar a aprendizagem. Como resultado, as
crianças com dificuldades de aprendizagem têm muitas vezes baixos níveis de auto-estima e de
autoconfiança, o que pode conduzir à falta de motivação, afastamento, crises de ansiedades e
estresse e até mesmo depressão.
Problema da Escola
Não é lícito estabelecer uma regra geral e inflexível atribuindo a todos os casos de DA um mesmo
diagnóstico ou um enfoque generalizador. Nem sempre existem provas clínicas de que as causas
para DA possam ser identificadas objetivamente. Muitas vezes as tentativas de se estabelecer
diagnósticos para avaliar esses problemas servem para encobrir outras incompetências
pedagógicas.
Muitas vezes o diagnóstico pouco criterioso de "hiperatividade", "fobia escolar", etc, serve como
atenuante para alguma comodidade ou incapacidade da escola para lidar com processos e
métodos de aprendizagem. Não é segredo que a maioria das escolas, notadamente públicas, está
longe de cumprir sua tarefa de instruir e educar, envolvidas que estão por ditames políticos
demagógicos, ou técnicos utilitaristas. Percebe-se, com certa facilidade, que algo está muito errado
e que, nem sempre, o erro é exatamente das crianças.
Por isso, cada caso deve ser avaliado particularmente, incluindo na avaliação o entorno familiar e
escolar. Se as DA estão presentes no ambiente escolar e ausentes nos outros lugares, o problema
deve estar no ambiente de aprendizado e não em algum "distúrbio neurológico" misterioso e não-
detectável (Jan Hunt).
Essa dificuldade, digamos, seletiva para o ambiente escolar, é detectada quando a criança
aprende bem em outros cursos (inglês, música...), aprende manipular aparelhos eletro-eletrônicos
com facilidade, tem boa performance em atividades lúdicas, enfim, quando ela mostra fora da
escola que pode aprender como as demais.
Quais seriam os critérios dos pais ao decidirem por esta ou aquela escola? Excluindo-se a imensa
maioria que não pode escolher, aceitando a escola pública onde seu filho deve obrigatoriamente
estudar, alguns outros podem estar escolhendo a escola motivados por razões sociais; porque
querem seus filhos junto com os filhos de outras proeminências sociais, porque é chique dizer
onde eles estudam, por alívio de consciência, já que podem sentir-se omissos em outras áreas,
pelo preço, enfim, nem sempre o critério é pedagógico.
John Holt (Teach Your Own - "'Ensine a Si Mesmo") alerta os pais de crianças em idade escolar,
para serem "extremamente céticos em relação a qualquer coisa que as escolas e seus
especialistas digam sobre a condição e as necessidades de seus filhos". Recomenda, com certo
exagero, que eles devem compreender ser quase certo que a própria escola, com todas as suas
fontes de tensão e ansiedade, esteja agravando ou causando essas dificuldades e que o melhor
tratamento provavelmente seja tirar o filho da escola de uma vez por todas (idem, ibidem).
Muitas vezes as DA são reações compreensíveis de crianças neurologicamente normais, porém,
obrigadas a adequar-se às condições adversas das salas de aula. Podemos ver na clínica diária,
muitas crianças sensíveis e emocionalmente retraídas quem passam a apresentar DA depois de
submetidas à alguma situação constrangedora não percebida pelos demais. Trata-se de uma
situação corriqueira agindo sobre uma criança afetivamente diferenciada, que nem sempre a
escola, incluindo a professora, orientadora, coordenadora e demais colegas de classe, percebem.
Normalmente as crianças que apresentam dificuldades específicas no início da escolarização,
embora não tenham nenhum problema neuropsiquiátrico, provavelmente são aquelas que
precisarão de maior atenção. São crianças que terão de desenvolver suas habilidades de
apreensão daquilo que é ensinado. Portanto, cada uma delas precisa ser investigada e
compreendida particularmente em suas dificuldades.
Quando o problema é da escola, uma exagerada restrição das atividades podem favorecer falsos
diagnósticos de Crianças Hiperativas, se as aulas carecem de atrativos pedagógicos, podem surgir
falsos diagnósticos de Déficit de Atenção", se a criança é assediada, se apanha de grupos
delinqüentes, se é submetida à situações vexatórias (para ela, especificamente), podemos
observar falsos diagnósticos de Fobia Escolar e assim por diante.
Dois extremos podem comprometer a escola em relação às DA; ou a escola superestima a
questão, acreditando comodamente que a criança é um problema, logo deve ter algum
comprometimento neuropsiquiátrico quando, de fato, o problema é de relacionamento ou de
adequação difícil às normas da escola ou, ao contrário, subestima um verdadeiro
comprometimento neuropsiquiátrico levando à DA, pensando tratar-se de algum problema
disciplinar, de método de ensino, de má vontade, etc.
Problema da Criança
Primeiramente devemos questionar se, de fato, a criança apresenta DA ou se seu rendimento não
satisfaz as expectativas do professor (da escola). Um desenvolvimento incomum nem sempre
denuncia alguma patologia (a gravidez de gêmeos é anormal estatisticamente e normal
medicamente), podendo refletir dificuldades pessoais eminentemente circunstanciais.
Convém sempre lembrar que a medicina é apenas uma das muitas maneiras de avaliar o ser
humano, o qual pode ser argüido pela sociologia, psicologia, antropologia, pela religião, pela
pedagogia e assim por diante. Mas a medicina, por sua vez, funciona na base da avaliação,
diagnóstico e tratamento e, havendo um diagnóstico MÉDICO, a medicina não abre mão do
tratamento.
Portanto, é demagógico o discurso que fala em "rotular pacientes" e coisas do gênero; a medicina
diagnostica pacientes, ela não rotula pessoas. Profissionais completamente desfamiliarizados com
o diagnóstico médico, até por uma questão de conforto emocional, preferem considerar o
diagnóstico uma inutilidade ou um mecanismo de discriminação. Não vale nem a pena comentar...
Na realidade, temos visto que a família só é mobilizada a procurar ajuda especializada para suas
crianças quando fica evidente ou ameaçado o rendimento escolar e a aprendizagem. Infelizmente,
na maioria das vezes essa ajuda é procurada incorretamente, pois, na medida em que a família se
sente ameaçada por algum estigma cultural, qualquer coisa parece servir, desde que não seja o
psiquiatra. Serve o neurologista, o psicólogo, terapeutas e pedagogos, mas psiquiatra,
decididamente não.
Não pretendemos dizer que tais profissionais sejam indevidos para os casos onde a emoção esteja
fortemente presente, mas nem sempre o caso será mais adequadamente tratado exclusivamente
por eles. De fato, o real motivo para a procura de todos esses profissionais, menos o psiquiatra, é
o receio de ter um filho tratado por psiquiatras. Uma vez esclarecido que psiquiatras não são
médicos que só tratam de loucos, vejamos as páginas de PsiqWeb que mostram os transtornos
que interferem na escolaridade e aprendizagem das crianças.